Segunda oportunidade
A não edição deste álbum, em 2015, aquando da sua publicação
original, foi uma oportunidade perdida pela editora – ASA - que na altura detinha
os direitos para Portugal - ou tinha pelo menos preferência sobre eles. Mais a
mais porque os autores responsáveis pela retoma de Corto Maltese, Juan Díaz
Canales e Rubén Pellejero, estiveram na Comic Con Portugal em Dezembro desse
ano, onde deram belos autógrafos.
A sua edição agora, a poucos meses do lançamento do segundo
álbum assinado por esta dupla – Equatoria,
anunciado para 27 de Setembro - parece indicar uma segunda oportunidade.
Confesso que não sei quantos – dezenas? centenas? – de leitores
portugueses compraram entretanto o álbum, nas suas versões francesa ou
espanhola, e qual a mossa que isso faz nas vendas portuguesas, sabendo que as
edições nacionais raramente ultrapassam o milhar de exemplares mas, comercial e
mediaticamente foi sem dúvida uma oportunidade perdida.
Entre essa data e esta edição, ficou uma disputa – entre pelo
menos duas editoras, com propósitos editorais díspares – pelos direitos de uma
série histórica, marcante e fundamental seja qual for o prisma pelo qual se
olha para ela.
E, seja qual for o prisma pelo qual se olhe para Sob o sol da meia-noite, a verdade é que
Canales e Pellejero fizeram um óptimo trabalho, numa obra equilibrada entre o
respeito pelo original, a sua originalidade e a sua capacidade de satisfazer tanto
um leitor comum quanto um apreciador da obra original de Pratt, como desenvolvi na altura numa leitura crítica que podem descobrir seguindo este link.
Fico com pena que a Arte de Autor não tenha optado pela
versão a preto e branco – porque na altura ‘cometi o erro’ de comprar a colorida!
– mas compreendo que comercialmente esta edição - um belo livro - seja mais vendável.
Porque não sei se me vou ‘atrever’ a escrever aqui sobre A Balada do Mar Salgado, não quero
deixar de recordar que a Arte de Autor, juntamente com Sob o sol da meia-noite, fez regressar às livrarias portuguesas a
obra de estreia de Corto Maltese - e no seu magnifico preto e branco
original - um verdadeiro romance gráfico, surgido muito antes do conceito, que
deve ser obrigatório na biblioteca de qualquer apreciador de BD.
Sob o sol da
meia-noite
As novas aventuras de
Corto Maltese
Juan Díaz Canales (argumento)
Rúben Pellejero
(desenho)
Arte de Autor
Portugal, Maio de
2017
230 x 305 mm, 88 p.,
cor, capa dura
ISBN:
978-989-99674-7-2
18,65 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em toda
a sua extensão)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEu fui um deles... fui resistindo e acabei por comprar um livro na versão em catalão e 2 em espanhol. Um para mim e outro para o meu pai. Não vou comprar outro na versão portuguesa.
ResponderEliminarProtejo as editoras nacionais até que a minha paciência se esgote!
Se o próximo não sair em simultâneo, aguardarei. Se passado um ano continuarmos na mesma, acabarei por comprar em espanhol ou catalão.
Acredito que o próximo sairá em simultâneo ou pouco depois da edição original...
EliminarBoas leituras!
Outra que aguardo com muiiiita paciência é o Alix imperador. Já vai no 5. Ja o Escorpião, desisti. Siga para a versão espanhola :(
EliminarPedro, por acaso sabe se a arte de autor vai publicar todas as obras do corto maltese? Se for esse o caso, tudo o que tenho da meriberica (que é a cores) vai para o olx. Para mim, Corto Maltese é mesmo a preto e branco :)
ResponderEliminarEskorpiao77,
Eliminarpenso que é essa a ideia da Arte de Autor, editar o Corto de Pratt e os novos álbuns que forem saindo.
Também concordo que Corto é para ser lido a preto e branco e foi assim que o descobri, nas antigas edições da Bertrand (A Balada do mar Salgado) e das Edições 70 (os restantes). Mas também tenho algumas edições a cores da Meribérica e da ASA...
Boas leituras!
A contracapa do "Sob o Sol da Meia-Noite" apresenta a lista numerada de todas as obras de Corto Maltese, sendo que este último tem o nº13 e o "A Balada do Mar Salgado" tem o nº1. Por isso, acredito que seja intenção deles publicar todas as obras.
EliminarAssim espero que aconteça (tudo dependerá das vendas), pois comprei as edições mais recentes da Asa e fiquei com a colecção pendurada.
Cumprimentos,
Bruno Geraldes