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17/11/2024
Lançamentos: Lucky Luke - Um Cowboy Sob Pressão + Lucky Luke - A Mina de Ouro de Dick Digger + Michel Vaillant - Redenção + Blake e Mortimer #30 - Assinado: "Olrik”
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19/11/2023
Lançamentos Blake e Mortimer: A Arte da Guerra + A conspiração Voronov
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18/05/2021
Lena
Regresso a um passado que é hoje
Pierre
Christin é um dos nomes grandes e incontornáveis da banda desenhada
franco-belga dos
últimos 40 anos. Não só - só?! - pela criação de Valérian,
com Jean Claude Mezières, mas também - e
principalmente...?
- por ter cultivado de forma consistente e credível algo a que se
poderia chamar Ficção
Política em BD,
nomeadamente com Enki Bilal, mas também com outros autores.
Desta
forma, o tríptico que a Arte de Autor - muito bem - reuniu neste
volume integral significa um regresso a um
passado já remoto, mas com temáticas actuais.
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12/05/2021
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10/01/2017
O Testamento de William S.
Menos de um mês após a edição francófona e como uma das
primeiras traduções da obra, a ASA disponibilizou a tempo do natal o novo álbum
de Blake e Mortimer.
De regresso, estão Yves Sente, no argumento, e Andre
Juillard, no desenho, uma dupla que assina aqui já o seu sétimo álbum na série e
que aparentemente denota algum cansaço ou falta de ideias.
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16/12/2016
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15/04/2016
Le Triangle Secret
E se Jesus Cristo tivesse um
irmão gémeo que tivesse morrido crucificado na cruz em seu lugar,
possibilitando assim a sua ‘ressurreição que esteve na origem do cristianismo?
Esta ideia – absurda? - é o
ponto de partida de Le Triangle Secret, mas o argumentista Didier Convard conseguiu
torná-la convincente e credível pela forma como desenvolveu este thriller de
tom conspirativo-religioso, hoje em dia tão na moda.
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21/01/2015
Blake e Mortimer: O bastão de Licurgo
Em relação aos novos álbuns de Blake e Mortimer
pós-Jacobs, há duas correntes de opinião contrárias: os que os renegam à
partida, negando qualquer prolongamento da obra do mestre; os que os recebem de
braços abertos, por poderem reencontrar os seus heróis de eleição.
O equilíbrio estará algures numa posição
intermédia, mais próxima de um ou outro dos extremos, em função da qualidade
das obras apresentadas.
O mais recente - este O Bastão de Licurgo - revela-se um dos mais ambiciosos álbuns de
Blake e Mortimer apócrifos – se assim posso escrever. O resultado? Descubram já
a seguir.
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Yves Sente
01/12/2014
Blake e Mortimer: Le bâton de Plutarque
Se hoje em dia predominam o álbum ou o
comic-book com episódios/histórias completas, durante anos o facto de as
narrativas serem originalmente publicadas em tiras, diariamente nos jornais, ou
ao ritmo de uma ou duas páginas por semana, em revistas, obrigava a uma
construção diferente, mais ritmada, porque cada um daqueles elementos,
individualizados, tinha de fazer sentido e de criar no leitor a vontade de
continuar a leitura no dia/semana seguintes.
Ler o novo Blake e Mortimer no formato italiano,
com uma tira por página, permitiu descobrir como Sente e Juillard se saíram
deste desafio em particular.
Partilho a minha opinião sobre o tema, já a
seguir.
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Yves Sente
07/12/2012
Blake e Mortimer – O Juramento dos Cinco Lords
As Aventuras de Blake e Mortimer segundo as personagens de Edgar P. Jacobs
Yves
Sente (argumento)
Andre
Juillard (desenho)
ASA
(Portugal, 16 de Novembro de 2012)
240 x
310 mm, 64 p., cor, cartonado
14,95 €
Resumo
A morte de dois amigos e uns roubos com tanto de
estranho quanto de misterioso no Ashmolean Museum, vão obrigar Blake – com a
ajuda de Mortimer – a remexer em histórias do passado que preferia esquecer.
Desenvolvimento
Se cada novo álbum de Blake e Mortimer ainda é
um acontecimento mediático assinalável e um best-seller garantido,
possivelmente é-o cada vez menos.
Não só porque aquela sensação de reencontro com
amigos que há muito não se viam, se esbateu pela regularidade com que têm sido
lançados novos álbuns mas também porque estes – mesmo que soe paradoxalmente –
apesar de terem uma contribuição inegável para a solidificação do mito
(nomeadamente dotando os protagonistas de juventude, de passado, mesmo de
sentimentos) contribuem pouco para o seu enriquecimento, notando-se a falta do
toque de génio que fazia a diferença em Jacobs.
Este O Juramento dos Cinco Lords não foge à
regra, apesar de a primeira impressão ser de desilusão. Na verdade, Juillard,
um fabuloso desenhador, dotado de uma linha clara frágil e delicada, tem aqui
uma das suas prestações menos interessantes desde que o conheço (e sigo-o com
bastante regularidade). Em muitas das páginas, o desenho carece de
profundidade, os rostos são planos e inexpressivos, a coloração pouco interessante
e a planificação falha de forma incómoda para o leitor (como exemplo, veja-se a
dificuldade de leitura da prancha da página 17, embaixo).
A sensação que fica é que este foi apenas um
trabalho financeiramente (muito…) compensador mas que Juillard, refém da clonagem
(aqui falhada), do traço de Jacobs, raramente se aplicou no seu melhor.
Felizmente, como contraponto surge o argumento
de Sente que, embora não deslumbre nem esteja à altura das melhores criações de
Jacobs, se lê bem e apresenta alguns méritos.
Desde logo, o dotar o capitão Blake de um (pouco
mais de) passado – como já havia sido feito de forma mais evidente com Mortimer
– ao explorar acontecimentos da sua juventude e do seu início de carreira.
Depois, pela forma como torna mais credível a história – a própria série – com
a ancoragem à realidade feita através da introdução de Lawrence da Arábia no
relato.
Este, assumidamente, adopta um tom mais
policial, pondo de parte a ficção-científica que Jacobs equiparava à acção e à
aventura, e dispensando Olrik (outro ponto a favor do realismo), numa história
que se tem algumas pontas mal unidas e faz uma colagem excessiva à referência
incontornável que é A Marca Amarela, tem os ingredientes suficientes para
prender o leitor e o levar até ao desfecho final que consegue surpreender em parte,
graças às pistas falsas que foram sendo deixadas.
A reter
- … mais uma vez transformada num apelo para os
coleccionadores (e não só nacionais) por ter duas capas diferentes, a
generalista (em cima) e a exclusiva das lojas FNAC (ao lado).
- O ganho
de credibilidade proporcionado pela colagem à realidade (que seria impensável
para Jacobs, cujas histórias decorriam na sua contemporaneidade) através da
presença tutelar de Lawrence da Arábia, …
- pela explicação crível apresentada para a sua
morte envolta em mistério…
- e pelo aprofundar do passado dos heróis.
Menos
conseguido
- O traço de Juillard, sem dúvida o pior do
álbum em demasiadas páginas.
- Alguns problemas de legibilidade, como a
citada prancha da página 17.
- A troca de legendas (na rotulação?) evidente
na prancha da página 33.
- Não sendo (tanto quanto pude averiguar) mais
uma aberração do malfadado acordo ortográfico, não percebo a opção por “lords”
e “lord” quando em português existe lordes e lorde…
Leituras relacionadas
Andre Juillard,
ASA,
Blake e Mortimer,
opinião,
Yves Sente
25/11/2012
Blake e Mortimer - O Juramento dos Cinco Lordes
O Juramento
dos Cinco Lordes, 21.º álbum das aventuras de Blake e Mortimer chegou às
livrarias nacionais no passado dia 16 de Novembro, numa edição da ASA lançada em simultâneo com a francófona,
tendo como grande novidade a interacção dos heróis criados por Edgar P. Jacobs
com uma personagem real, o aventureiro Lawrence da Arábia.
Parte da
tiragem da edição portuguesa tem uma capa variante criada especialmente para o
nosso país, para venda exclusiva nas lojas FNAC.
Nono álbum
após a morte de Jacobs e quinto assinado por Yves Sente e Andre Juillard, apresenta
como curiosidade a ausência de Olrik, o grande adversário da fleumática dupla
britânica, e a sua acção situa-se entre A Marca Amarela e O Caso do Colar,
marcando o regresso dos heróis a Inglaterra, depois de nas últimas aventuras terem
percorrido boa parte do globo. Nele é também desvendada parte da juventude de Francis
Blake, como chegou a capitão dos serviços secretos ingleses e o papel decisivo
que teve no desaparecimento de Lawrence da Arábia, cuja morte num acidente de
mota, em 1935, ficou envolta em mistério.
No mercado
francófono, este é um dos lançamentos mais aguardados do ano e será com certeza
um dos best-sellers de 2012, tendo uma tiragem inicial de 450 mil exemplares, bem
como uma segunda edição no formato de tiras. A importância deste lançamento
pode ser também aferida pelo facto de ter sido publicado em tiras diárias nos
jornais Ouest-France e Le Soir durante o verão e pelas exposições que lhe são agora
dedicadas em Paris, Bruxelas e Neuchatel.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 23 de Novembro de 2012)
Leituras relacionadas
Andre Juillard,
Blake e Mortimer,
Jacobs,
opinião,
Yves Sente
11/05/2011
Mezek
Collection Signé
Yann (argumento)
André Juillard (desenho)
Le Lombard (França, Abril de 2011)
320 x 240 mm, 72 p., cor, cartonado
15,95 €
Resumo
1948. O jovem estado de Israel, que acaba de proclamar a sua independência, tenta afirmar-se num período conturbado, rodeado de inimigos e intrigas.
Para o conseguir, contrata aviadores mercenários de todas as nacionalidades, o que não deixa de criar tensões e confrontos com os pilotos judeus.
Desenvolvimento
Se há dias referi aqui Jean-Claude Denis como um dos meus desenhadores de eleição, hoje cabe a vez a outro, André Juillard. Que com aquele, pouco (ou nada) tem em comum.
Onde o traço de Denis é grosso, sujo e quase rude, Juillard aposta em traço fino, limpo e delicado; se os tons predominantes de Denis são sombrios, as pranchas de Juillard irradiam cores quentes, alegria, gosto pela vida. Nada os une, portanto – para lá de serem cultores (bem diferentes) da linha clara – mas ambos me agradam. E se Denis tem tido um percurso gráfico mais homogéneo, Juillard tem-se distinguido não tanto nos seus sucessos mais comerciais (”Les sept vies de l’épervier” e respectivas sequelas ou na retoma de “Blake e Mortimer) mas mais em obras que se adivinham mais pessoais: desde logo o magnífico “Le cahier bleu” (seguido de “L’Aprés la pluie”), “Les Voyages de Lena” ou este “Mezek”.
Para concluir esta referência ao grafismo de Juillard, uma nota para o seu rigor e realismo, expresso no tratamento da figura humana, nos cenários, nos veículos – neste caso concreto em especial nos aviões, merecendo destaque a credibilidade e a leveza dos combates aéreos.
Mas, sendo justo, tenho que vincar que o interesse de “Mezek” vai bem além do magnífico traço de Juillard (o que é uma mais valia), começando logo pelo período abordado, rico em contradições, conflitos e dúvidas.
Porque, se bem que inebriado pela independência acabada de declarar unilateralmente, o novo estado de Israel passava por lutas internas de poder, por choques constantes sobre os caminhos a seguir, pela pressão exercida pelos vizinhos muçulmanos, em especial pelos egípcios, responsáveis por constantes bombardeamentos sobre a capital, Telavive, e pelos ex-colonizadores britânicos, com quem as relações eram tensas e periclitantes. Um início que assentou, por exemplo, na contratação de mercenários, nalguns casos ex-inimigos, na compra de aviões Messerschmit) alemães (ex-nazis…), no tráfico e contrabando de peças, armas e até aviões…
Tudo isto, é explanado com mestria por Yann, de forma ao mesmo tempo clara e completa mas leve, não sobrecarregando a história que – assente numa sólida base histórica que perpassa todas as suas pranchas – tem como motor, maioritariamente, os relacionamentos entre os pilotos que lutam nos ares em defesa de Israel. Movidos pelo dinheiro, a ambição, o idealismo e/ou a utopia…
De um lado os pilotos locais, judeus - pertencentes a diferentes facções… - inexperientes e revoltados pelo pagamento principesco dos mercenários contratados. Do outro, estes últimos, muitos deles ases da II Guerra Mundial recém-concluída, com a dupla função de pilotar e formar os judeus. O conjunto resulta num clima de tensão constante e muitos conflitos na base em que todos têm de (con)viver.
Entre os mercenários destaca-se o sueco Björn, alvo das atenções de três belas mulheres: a norte-americana Jackie e as israelitas Tzipi e Oona. Björn, em quem se centram as atenções, que guarda não um mas dois segredos relacionados com o seu passado – de sentidos opostos, até (!), que é impossível deixar entrever sem estragar o prazer da sua descoberta na leitura - que, uma vez descobertos porão em causa, quer a sua relação com aquelas mulheres, quer a sua posição no seio da esquadrilha israelita, quer as razões que o movem no seu envolvimento na causa israelita.
“Mezek” é, assim, desde os bombar-deamentos das primeiras páginas, que marcam logo o tom algo cru, duro e violento do álbum e definem as condições difíceis em que evoluem as suas personagens, que ostentam cicatrizes (interiores) que custam a sarar, um verdadeiro boião de tensões, de conflitos latentes, de contradições difíceis de explicar e difíceis de aceitar, que ameaçam explodir a qualquer momento e destruir o instável equilíbrio em que, na prática, viveu o estado de Israel nos seus primeiros tempos de vida.
A reter
- A consistência histórica do relato e a sua completa integração no lado ficcional do relato.
- O traço (e a cor) de Juillard, belo, realista, preciso, expressivo, sedutor, dinâmico…
Menos conseguido - A excessiva parecença entre algumas personagens.
A frase
- “O que me agradou foi o simbolismo do Estado de Israel salvo pelos Messerschmitt alemães. É uma alegoria maravilhosa. Foi o meu ponto de partida.” (Yann)
Curiosidades
- “Mezek”, termo checoslovaco para “mula”, era a designação usada para referir os aviões alemães Messerschmitt.
- Surpresa! Descubra na vinheta ao lado, ao fundo, duas personagens bem conhecidas que Juillard também já desenhou!
Yann (argumento)
André Juillard (desenho)
Le Lombard (França, Abril de 2011)
320 x 240 mm, 72 p., cor, cartonado
15,95 €
Resumo
1948. O jovem estado de Israel, que acaba de proclamar a sua independência, tenta afirmar-se num período conturbado, rodeado de inimigos e intrigas.
Para o conseguir, contrata aviadores mercenários de todas as nacionalidades, o que não deixa de criar tensões e confrontos com os pilotos judeus.
Desenvolvimento
Se há dias referi aqui Jean-Claude Denis como um dos meus desenhadores de eleição, hoje cabe a vez a outro, André Juillard. Que com aquele, pouco (ou nada) tem em comum.
Onde o traço de Denis é grosso, sujo e quase rude, Juillard aposta em traço fino, limpo e delicado; se os tons predominantes de Denis são sombrios, as pranchas de Juillard irradiam cores quentes, alegria, gosto pela vida. Nada os une, portanto – para lá de serem cultores (bem diferentes) da linha clara – mas ambos me agradam. E se Denis tem tido um percurso gráfico mais homogéneo, Juillard tem-se distinguido não tanto nos seus sucessos mais comerciais (”Les sept vies de l’épervier” e respectivas sequelas ou na retoma de “Blake e Mortimer) mas mais em obras que se adivinham mais pessoais: desde logo o magnífico “Le cahier bleu” (seguido de “L’Aprés la pluie”), “Les Voyages de Lena” ou este “Mezek”.
Para concluir esta referência ao grafismo de Juillard, uma nota para o seu rigor e realismo, expresso no tratamento da figura humana, nos cenários, nos veículos – neste caso concreto em especial nos aviões, merecendo destaque a credibilidade e a leveza dos combates aéreos.
Mas, sendo justo, tenho que vincar que o interesse de “Mezek” vai bem além do magnífico traço de Juillard (o que é uma mais valia), começando logo pelo período abordado, rico em contradições, conflitos e dúvidas.
Porque, se bem que inebriado pela independência acabada de declarar unilateralmente, o novo estado de Israel passava por lutas internas de poder, por choques constantes sobre os caminhos a seguir, pela pressão exercida pelos vizinhos muçulmanos, em especial pelos egípcios, responsáveis por constantes bombardeamentos sobre a capital, Telavive, e pelos ex-colonizadores britânicos, com quem as relações eram tensas e periclitantes. Um início que assentou, por exemplo, na contratação de mercenários, nalguns casos ex-inimigos, na compra de aviões Messerschmit) alemães (ex-nazis…), no tráfico e contrabando de peças, armas e até aviões…
Tudo isto, é explanado com mestria por Yann, de forma ao mesmo tempo clara e completa mas leve, não sobrecarregando a história que – assente numa sólida base histórica que perpassa todas as suas pranchas – tem como motor, maioritariamente, os relacionamentos entre os pilotos que lutam nos ares em defesa de Israel. Movidos pelo dinheiro, a ambição, o idealismo e/ou a utopia…
De um lado os pilotos locais, judeus - pertencentes a diferentes facções… - inexperientes e revoltados pelo pagamento principesco dos mercenários contratados. Do outro, estes últimos, muitos deles ases da II Guerra Mundial recém-concluída, com a dupla função de pilotar e formar os judeus. O conjunto resulta num clima de tensão constante e muitos conflitos na base em que todos têm de (con)viver.
Entre os mercenários destaca-se o sueco Björn, alvo das atenções de três belas mulheres: a norte-americana Jackie e as israelitas Tzipi e Oona. Björn, em quem se centram as atenções, que guarda não um mas dois segredos relacionados com o seu passado – de sentidos opostos, até (!), que é impossível deixar entrever sem estragar o prazer da sua descoberta na leitura - que, uma vez descobertos porão em causa, quer a sua relação com aquelas mulheres, quer a sua posição no seio da esquadrilha israelita, quer as razões que o movem no seu envolvimento na causa israelita.
“Mezek” é, assim, desde os bombar-deamentos das primeiras páginas, que marcam logo o tom algo cru, duro e violento do álbum e definem as condições difíceis em que evoluem as suas personagens, que ostentam cicatrizes (interiores) que custam a sarar, um verdadeiro boião de tensões, de conflitos latentes, de contradições difíceis de explicar e difíceis de aceitar, que ameaçam explodir a qualquer momento e destruir o instável equilíbrio em que, na prática, viveu o estado de Israel nos seus primeiros tempos de vida.
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- “Mezek”, termo checoslovaco para “mula”, era a designação usada para referir os aviões alemães Messerschmitt.
- Surpresa! Descubra na vinheta ao lado, ao fundo, duas personagens bem conhecidas que Juillard também já desenhou!
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